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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Juazeiro do Norte-CE: Principal cemitério do município `agoniza´



O diretor do Cemitério do Socorro, Mailson de Souza, mostra uma lápide destruida (Foto: Agência Miséria)
O lixo, mato e a escuridão tomam conta do Cemitério do Socorro em Juazeiro do Norte junto com a falta de segurança e uma verdadeira onda de furtos nos jazigos. A cambada de gatos é grande e muitos andarilhos viciados em álcool e drogas fazem do campo santo o seu local de dormida. Lápides destruídas e jazigos semi-abertos são situações que vão se tornando comuns. Fotos com suas molduras são constantemente furtadas. Inclusive, num túmulo bem visível que é o da família Bezerra de Menezes.
 

Até fotos da familía Bezerra de Menezes foram roubadas. (Foto: Agência Miséria)

Dona Francisca Luiz de França convidou o repórter do Site Miséria, para ver de perto a situação. No último dia 1º de abril, ela sepultou o seu filho de apenas 21 anos no local. O jovem Cícero Jonas de França Alves foi morto no Conjunto Prourb (Bairro Triângulo), com um tiro no peito esquerdo e seu túmulo já foi aberto duas vezes. Na primeira pagou R$ 30,00 para mandar fechar, porém o jazigo já está novamente aberto e expondo a urna mortuária do seu filho.
 

Dona Francisca Luiz de França, mostra o jazigo aberto onde está sepultado seu filho.
(Foto: Agência Miséria)

Andando pelos corredores do cemitério, é possível encontrar ossadas humanas fora dos jazigos e muitas latas de refrigerantes usadas para o uso de drogas. De acordo com o pedreiro Pedro Ferreira da Silva, nos dias de segunda e sexta aparecem macumbeiros para fazer seus despachos com galinhas mortas, velas de todas as cores, além furam os olhos de gatos. Ele não é funcionário daquele equipamento público e apenas faz bico como pedreiro fechando túmulos que são abertos.
 

É possível encontrar no cemitério ossadas humanas fora dos jazigos e muitas latas de refrigerantes usadas para o uso de crack. (Foto: Agência Miséria)

Apontando o túmulo pertencente a Samuel Nascimento que destinava para sepultar romeiros aqui falecidos, seu Pedro mostra a situação por se encontrar as ruínas e muitos ossos expostos nas imediações. Já um homem viciado em bebidas alcoólicas identificado apenas pelo nome de Fernando disse que dorme há muito tempo no cemitério por ser mais seguro e tranqüilo do que lá fora. Ele acrescentou não ter “medo de almas” e fica muito à vontade durante as madrugadas.
 

O senhor Pedro Ferreira da Silva, faz bico como pedreiro mostrando mais um túmulo destruído.
(Foto: Agência Miséria)

Já o diretor do Cemitério do Socorro, Mailson de Souza, diz que as maiores dificuldades estão relacionadas com os traslados de corpos por entre as catacumbas e a limpeza do campo santo. Atualmente, conta com apenas três homens para dar conta do espaço. De acordo com o diretor, dentre os túmulos abertos pelo menos dois ele desconhece a propriedade.


Papudinho dorme o sono dos vivos em terra dos mortos (Foto: Agência Miséria)
Fonte : Site Miseria .com.br

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