Juazeiro do Norte-CE: Padre Cícero é xingado em Alagoas e homenageado no Rio de Janeiro e Mato Grosso

Estátua pichada em Alagoas e uma afixada no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

A história de vida do Padre Cícero Romão Batista foi marcada desta forma com o grupo dos que o odiavam e um muito mais numeroso dos admiradores. Na bibliografia, a grande maioria dos livros destacam as virtudes do sacerdote, mas existem as obras escritas pelos seus detratores. Recentemente, uma estátua do religioso pichada em Alagoas no mesmo instante em que este ganhava homenagens nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.

 

No caso de Alagoas, a estátua foi pichada com a palavra “foda-se” e a Delegacia de Polícia Civil do município de Delmiro Gouveia disse não ter havido denuncia da ação contra o monumento. Indignado com o ato de vandalismo, o presidente da Fundação Delmiro Gouveia (FUNDEG), José Ferreira, fotografou a imagem e a postou no Facebook com o comentário: "Nada justifica. Existem outras maneiras de lutarmos pelos direitos constitucionais". Até o momento autor da ação não foi identificado.

 

Já no Centro de Tradições Nordestinas em São Cristovão (RJ) acontece até o dia 12 de agosto uma exposição sobre o sacerdote. Na abertura esteve o ministro interino da Cultura, Vitor Ortiz, inaugurando a exposição “Meu Padinho Padre Cícero – Em cada casa um oratório, em cada quintal uma oficina”. As mais de 250 obras incluindo a batina, o cajado e o chapéu usado pelo Padre retrata a lendária figura do religioso apresentando ao público a saga de superação dos nordestinos e a liderança dele.

 

A devoção do povo, as estratégias criadas pelo Padre e os milagres integram a narrativa cultural da mostra. Também estiveram na abertura o secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Emilio Kalil, o curador da exposição e diretor do Museu Afro Brasil de São Paulo, Emanoel Araújo, e o padre Roberto Magalhães. O secretário Kalil explicou que a estrutura montada para receber palestras e mostras da região nordeste valoriza a cultura nordestina.

 

Além disso, conforme acrescentou, apresenta aos visitantes a rica cultura de um povo que tem presença marcante na história do País. Já o ministro Vitor Ortiz disse que “a exposição é muito relevante, pois se refere a uma pessoa que tem uma importância histórica fundamental na formação cultural do nordeste”. Segundo ele, Padre Cícero é uma figura marcante e um misto da cultura que o Brasil vem forjando desde o século 19, passando por todo esse período de vivência e chegando até o nordestino de hoje.

 

Por outro lado termina neste sábado, dia 23, a 17ª Festa Nordestina no Centro de Tradições Nordestinas de Coxim (MS). No local, foi colocada uma estátua de Padre Cícero que reúne grande número de devotos naquele município. Além dos shows, a festa tem comidas típicas da culinária nordestina como mugunzá, baião de dois, vatapá, cuzcuz, buchada de bode, arroz carreteiro e várias outras iguarias. Em 2009 a festa da comunidade nordestina entrou oficialmente para o calendário de Mato Grosso do Sul por força de lei de autoria do deputado estadual Junior Mochi (PMDB).